sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Folha agora diz que crimes de Dilma NÃO eram "irrefutáveis"

Jornal GGN - O editorial da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (1/9), dia seguinte à destituição de Dilma Rousseff da presidência da República, marca um posicionamento curioso do jornal após a conclusão do processo. Folha, agora diz, que os crimes alegados para derrubar Dilma não eram "irrefutáveis" e reafirma que, para a empresa, o ideal seria a convocação de novas eleições a partir da renúncia da presidente reeleita em 2014 ou através de uma condenação na Justiça Eleitoral por corrupção na campanha. 

"Esta Folha teria preferido, como manifestou diversas vezes, que a extrema gravidade da crise e o inconformismo da sociedade houvessem conduzido à renúncia da chapa eleita em 2014 ou a sua impugnação, caso confirmados na Justiça os indícios de crime eleitoral. Isso levaria à realização de eleições diretas, única forma de conferir legitimidade inconteste ao novo governo. Raramente, no entanto, cenários ideais se concretizam em política."

O fatiamento do julgamento de Dilma, que acabou lhe tomando o mandato, mas não os direitos políticos, também fez a Folha recuar da gravidade das alegações que constavam no processo para sustentar que houve crime de responsabilidade fiscal.

"O processo decorreu em estrita obediência à Constituição, assegurado amplo direito de defesa e sob supervisão de suprema corte insuspeita. As acusações de fraude orçamentária, porém, embora pertinentes enquanto motivo para impeachment, nunca se mostraram irrefutáveis e soaram, para a maioria leiga, como tecnicalidade obscura – e, para uma minoria expressiva, como pretexto de um golpe parlamentar."

Manter os direitos políticos de Dilma, para o jornal, "pode traduzir falta de convicção condenatória" por parte dos senadores, ou algum tipo de "desejo de desarmar espíritos", se resultar numa eventual reaproximação entre PMDB e PT. "(...) mas viola o parágrafo único do artigo 52 da Constituição, que prescreve a inabilitação como consequência automática da perda do mandato."

Para o veículo, agora, se Dilma pretende disputar ou não uma nova eleição, não importa. "O destino de Dilma Rousseff, entretanto, é agora assunto privado, conforme seu governo, um dos piores da história nacional, desaparece de vez para ser recolhido aos livros de história."

O jornal cobrou, ao final, que Michel Temer tenha a coragem de tomar as medidas duras e impopulares e assuma um compromisso público de não tentar ser candidato a presidente em 2018.

"É, sobretudo, imperativo aprovar no Congresso os projetos de reforma econômica —teto para o gasto público e revisão nas regras da Previdência— que se configuram como alavancas sem as quais o Brasil não emergirá da recessão calamitosa em que atolou há dois anos."
FONTE: CGN

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